O palácio de Circe, por Homero

"Numa clareira do bosque encontraram o palácio de Circe,
de pedra polida, num local de bela vista.
Em redor estavam lobos da montanha e leões
que ela enfeitiçara com drogas malévolas.
Porém os animais não atacaram os homens, mas puseram-se
de pé, dando as boas-vindas, as longas caudas abanando.
Tal como quando cães saltam em torno do dono quando
chega ao festim, porque sempre lhes dá guloseimas —
assim saltavam em torno dos homens lobos de fortes garras
e leões; e eles aterrorizaram-se, vendo as feras temíveis.
Estancaram à porta da deusa de belas tranças,
e ouviram de dentro Circe a cantar com voz melodiosa,
enquanto se dedicava à trama imperecível da sua tecelagem,
sutil, graciosa e brilhante, como são as tapeçarias das deusas. [...]"


Trecho dOdisseia, de Homero.
Tradução por Frederico Lourenço.
Penguin Classics Companhia das Letras, 2011.
Página 284.

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Criadora

Larissa Fonseca e Silva, 1998. Nascida em Caldas, no sul de Minas Gerais, crescida dentre livros e montanhas. Mestra em Teoria Literária e Crítica da Cultura pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) e doutoranda em Literatura Portuguesa na Universidade de São Paulo (USP). "Crio com a ponta dos dedos, no raio do sol vejo a magia da poeira e sei que há sentido no decompor das coisas pois até os resquícios dançam." Registro e guardo aqui.