Meus pés contra o tapete, as dúvidas que me atam à cama, ser e não ser, todas as questões. Meu pensamento não é uma teia, mas o fio que arrebenta ou a aranha que corre, a menor das aranhas, a aranha correndo como um rio, mas um rio que não desagua em lugar algum. E isto é só o que sei sobre aranhas: que, quando não morrem a meio da corrida, somem atrás de rodapés ou molduras de portas e janelas. E sei: portas e janelas ― metáforas da promessa, vãos que dão a ver caminhos ― não têm real mistério; o mistério está no que, sem que ninguém se dê conta, parta ou se parta ou se esconda.