Mundo,
Ana Luísa Amaral (1956 - 2022). [Poesia portuguesa contemporânea | primeira publicação: 2022, Portugal | minha edição: AMARAL, Ana Luísa. Mundo. São Paulo: Assírio & Alvim, 2022.] Ana Luísa Amaral nos guia, em Mundo, por revisitas ao passado, chamando a atenção para perspectivas históricas silenciadas. Objetos e animais, por vezes, tornam-se símbolos de questões como exploração de classe, colonialismo e patriarcado. Na seção “Intervalo”, também motivos literários épicos se reconfiguram no presente, seja visando a comicidade ou, como em “Das sagas e das lendas: pequeníssima fábula do contemporâneo”, a crítica ao racismo. Em suma, são lições de como se constroem as relações de poder e de como a poesia pode se tornar espaço de desconstrução para reconstrução ― um mundo menos desigual.
“Esquecemos que o poder
de ler o passado
nos é dado por ilúcidas visões,
pontos de vista curtos,
soluções viciadas”
(“Lição de História”, p. 57)